A batalha de Stalingrado é considerada por muitos como uma das principais vitórias russas durante a Segunda Guerra Mundial e a responsável por quebrar o mito da invencibilidade alemã na Frente Oriental desde o início da Operação Barba-Ruiva, em Julho de 1941.
A Batalha pela cidade ás margens do rio Volga que carregava o nome do "grande líder" soviéticos, Josef Stalin, começou com o plano alemão que visava um avanço maciço pela Frente Sul, em direção aos poços de petróleo de Baku, no Cáucaso.
Outro objetivo crucial do avanço da Wehrmacht pela frente Sul era tentar escapar da estagnação que toda Operação Barbarossa se tornou em fins de 1941 - início de 1942 devido há várias falhas de comando e planejamento nas Forças Armadas Alemãs. Nas palavras de um comandante alemão:
"A tendência crônica de subestimar a capacidade do inimigo está assumindo, progressivamente, proporções grotescas[...]. Tornou-se impossível desenvolver um trabalho sério aqui. Essa chamada 'liderança' caracteriza-se por reações patológicas, motivadas pelas impressões do momento" (Franz Halder, Chefe do Alto-Comando da Wehrmacht. Diário de Guerra, 1939-1942)
A ofensiva revelou-se, já em fins de 1941, um fracasso, pois não conseguiu tomar Moscou, alvo principal da Operação Barbarossa. As previsões irrealistas de Adolf Hitler de que, em apenas 4 meses, o Exército Vermelho seria aniquilado e todo o governo soviético se desmancharia como um castelo de cartas nunca ocorreu, levando a Alemanha á uma guerra de atrito, situação esta que não estava preparada, principalmente pelo comprimento de sua Frente de Batalha Oriental, indo das margens do Mar Báltico até as margens do Mar Negro.
O exército alemão precisava de um "folego", precisava de um novo empurrão, para gerar novas vitórias e renovar o "espírito militar". Qual alvo seria melhor para levantar a moral dos soldados se não atacar a cidade que leva o nome do próprio líder inimigo?
Quando a primavera de 1942 veio a Máquina de guerra alemã novamente se moveu, agora em direção ao Cáucaso, rico em petróleo (essencial para a estratégia alemã, já que os poços romenos não conseguiam sustentar todo o maquinário germânico)
Os primeiros embates pesados entre o Exército Vermelho e a Wehrmacht no avanço ao sul ocorreu na região de Kharkov, em Maio de 1942. O 6º Exército Alemão, liderado pelo General Friderich von Paulus, apoiado pelo 1º Exército Panzer, deteve um contra-ataque soviético dispostos a recapturar o terreno perdido. O contra-ataque foi detido, causando aos soviéticos 270.000 baixas (entre mortos, feridos e desaparecidos).
Assim, com a contra-ofensiva detida em Kharkov, a Operação Azul teve início em Junho de 1942. 10 Exércitos do Eixo participaram dessa operação que visava controlar o petróleo do Cáucaso e a Cidade de Stalingrado (6 alemães, 2 romenos, 1 italiano e 1 húngaro). O 6º Exército de Paulus e o 4º Exército Panzer, totalizando aproximadamente 270.000 soldados, deveriam se lançar contra o Rio Volga, na cidade de Stalingrado.
Em Julho de 1942 houve uma divisão das forças da Operação Azul entre os Grupos de Exércitos A e B. o Grupo B, onde Paulus e o 6º Exército se incluíam, avançaria para Stalingrado, enquanto o Grupo A rumaria para o Cáucaso e o Mar Cáspio. O rápido avanço dos dois grupos, principalmente do Grupo A, levou Hitler a acreditar que os soviéticos não seriam capazes de fazer frente á essa esmagadora Operação.
Porém o exército alemão não era tão móvel quanto se acreditava. Por exemplo, o 6º Exército ainda precisava de 25 mil cavalos de carga, para levar os suprimentos e puxar as artilharias. Esse fator e o adicional de que as estradas russas eram horríveis de se atravessar durante a primavera auxiliaram no
Mesmo com a vantagem aérea e a superioridade móvel, a cada passo que os alemães davam Stalingrado a dentro, a resistência russa se tornava ainda mais feroz. Os Panzers alemães estavam sofrendo em avançar entre as ruas cheias de escombros.Esse tipo de guerra urbana não era o melhor tipo de embate para tanques, pois estes ficavam "presos" em espaços sem muita manobrabilidade, o que os transformavam em alvos fáceis para sapadores inimigos e canhões e fuzis anti-tanque, que a infantaria carregava. Essa situação estática era uma faca de dois gumes, pois inviabilizava o avanço dos blindados russos também.
Enquanto a luta se tornava ainda mais acirrada, Hitler se convencia que seria em Stalingrado que o destino de todo seu avanço militar no Leste seria decidido. Estava tão obcecado em tomar a cidade que ele ordenou que Paulus se esforçasse mais para tomar a cidade por completo, mesmo que isso significasse que seus soldados lutariam até seu último suspiro.
Matheus Santos da Silveira
Soldados russos avançam pelos escombros de Stalingrado
A Batalha pela cidade ás margens do rio Volga que carregava o nome do "grande líder" soviéticos, Josef Stalin, começou com o plano alemão que visava um avanço maciço pela Frente Sul, em direção aos poços de petróleo de Baku, no Cáucaso.
Mapa do Front Oriental, mostrando o avanço alemão no setor Sul
Outro objetivo crucial do avanço da Wehrmacht pela frente Sul era tentar escapar da estagnação que toda Operação Barbarossa se tornou em fins de 1941 - início de 1942 devido há várias falhas de comando e planejamento nas Forças Armadas Alemãs. Nas palavras de um comandante alemão:
"A tendência crônica de subestimar a capacidade do inimigo está assumindo, progressivamente, proporções grotescas[...]. Tornou-se impossível desenvolver um trabalho sério aqui. Essa chamada 'liderança' caracteriza-se por reações patológicas, motivadas pelas impressões do momento" (Franz Halder, Chefe do Alto-Comando da Wehrmacht. Diário de Guerra, 1939-1942)
A ofensiva revelou-se, já em fins de 1941, um fracasso, pois não conseguiu tomar Moscou, alvo principal da Operação Barbarossa. As previsões irrealistas de Adolf Hitler de que, em apenas 4 meses, o Exército Vermelho seria aniquilado e todo o governo soviético se desmancharia como um castelo de cartas nunca ocorreu, levando a Alemanha á uma guerra de atrito, situação esta que não estava preparada, principalmente pelo comprimento de sua Frente de Batalha Oriental, indo das margens do Mar Báltico até as margens do Mar Negro.
Soldados Alemães desembarcando de um caminhão de transporte meia-lagarta Sdkfz 210, em meio à uma vila russa, em 1941
Soldados Alemães se protegem em uma depressão, observando a imensidão das Estepes Russas, 1941
O exército alemão precisava de um "folego", precisava de um novo empurrão, para gerar novas vitórias e renovar o "espírito militar". Qual alvo seria melhor para levantar a moral dos soldados se não atacar a cidade que leva o nome do próprio líder inimigo?
Quando a primavera de 1942 veio a Máquina de guerra alemã novamente se moveu, agora em direção ao Cáucaso, rico em petróleo (essencial para a estratégia alemã, já que os poços romenos não conseguiam sustentar todo o maquinário germânico)
Poços de petróleo russos na região da Geórgia, no Cáucaso. Principal alvo da Frente Sul Alemã
Os primeiros embates pesados entre o Exército Vermelho e a Wehrmacht no avanço ao sul ocorreu na região de Kharkov, em Maio de 1942. O 6º Exército Alemão, liderado pelo General Friderich von Paulus, apoiado pelo 1º Exército Panzer, deteve um contra-ataque soviético dispostos a recapturar o terreno perdido. O contra-ataque foi detido, causando aos soviéticos 270.000 baixas (entre mortos, feridos e desaparecidos).
Blindado alemão Panzer III, armado com um canhão de 50mm curto, destruído nas imediações da cidade de Kharkov, por consequência do contra-ataque russo
Assim, com a contra-ofensiva detida em Kharkov, a Operação Azul teve início em Junho de 1942. 10 Exércitos do Eixo participaram dessa operação que visava controlar o petróleo do Cáucaso e a Cidade de Stalingrado (6 alemães, 2 romenos, 1 italiano e 1 húngaro). O 6º Exército de Paulus e o 4º Exército Panzer, totalizando aproximadamente 270.000 soldados, deveriam se lançar contra o Rio Volga, na cidade de Stalingrado.
Soldados romenos na Frente Oriental, Setembro de 1942. Os romenos deram apoio ao 6º Exército Alemão, de Paulus, se posicionando no flanco direito do 6º Exército
Em Julho de 1942 houve uma divisão das forças da Operação Azul entre os Grupos de Exércitos A e B. o Grupo B, onde Paulus e o 6º Exército se incluíam, avançaria para Stalingrado, enquanto o Grupo A rumaria para o Cáucaso e o Mar Cáspio. O rápido avanço dos dois grupos, principalmente do Grupo A, levou Hitler a acreditar que os soviéticos não seriam capazes de fazer frente á essa esmagadora Operação.
Porém o exército alemão não era tão móvel quanto se acreditava. Por exemplo, o 6º Exército ainda precisava de 25 mil cavalos de carga, para levar os suprimentos e puxar as artilharias. Esse fator e o adicional de que as estradas russas eram horríveis de se atravessar durante a primavera auxiliaram no
Soldados alemães tentam desatolar uma carroça de suprimentos e seus cavalos das péssimas estradas soviéticas. Frente Sul da Frente Oriental, 1942
Porém o exército alemão não era tão móvel quanto se acreditava. Por exemplo, o 6º Exército ainda precisava de 25 mil cavalos de carga, para levar os suprimentos e puxar as artilharias. Por esse fator e o adicional de que as estradas russas eram horríveis de se atravessar durante a primavera atrasaram consideravelmente o avanço do Grupo B, dando tempo do Exército vermelho montar uma certa resistência nas cercanias de Stalingrado.
Antes que a Wehrmacht alcançasse a cidade propriamente dita, a Luftwaffe havia atacado vários portos e navios no rio Volga, que era a via vital para o movimento de suprimentos e reforços soviéticos para a cidade, deixando-o praticamente inutilizável para a navegação das barcas inimigas. Entre 25 e 31 de julho, 32 navios e balsas foram afundados no rio.
Bombardeiro de Mergulho alemão Ju-87 "Stuka" sobrevoa Stalingrado
Inicia-se, então, a batalha por Stalingrado, com um maciço bombardeio alemão, atacando tanto as posições de defesa soviéticas na cidade quanto atacando as rotas de suprimentos no rio Volga.
Josef Stalin havia ordenado aos civis da cidade que não deixassem sua terra natal, sob a premissa de que sua presença ali encorajaria ainda mais as forças soviéticas a defender a Mãe Rússia. Assim muitos civis foram colocados em trabalhos auxiliares para as forças soviéticas, como cavando trincheiras e fortificações defensivas em todo o perímetro urbano e montando grupos guerrilheiros que, mesmo sem treinamento, lutavam lado a lado com os soldados russos do 62º Exército.
Soldados Soviéticos avançando pelo sistema de trincheiras soviéticas que eram construídas por todo o perímetros urbano da destruída Stalingrado
O já impotente suporte aéreo soviético no local fora esmagado pela Luftwaffe. 201 aviões russos foram destruídos ainda no solo no período de uma semana, no fim de agosto de 1942. Apesar de reforços aéreos posteriores, as perdas continuaram grandes durante o mês de setembro e outubro, fazendo com que a força aérea alemã tivesse o domínio completo dos céus sobre Stalingrado e regiões próximas, durante as primeiras semanas de combate.
Trincheiras soviéticas nas cercanias de Stalingrado, que foram rapidamente conquistadas pelo rápido avanço das tropas motorizadas do 6º Exército Alemão.
Assim, após o pesado bombardeio alemão, os blindados alemães e a infantaria começaram a avançar sobre as primeiras linhas de defesa russas. O comando da divisão panzer que as enfrentou, comunicou que foi necessário eliminar uma a uma até que todas as baterias anti-aéreas e anti-tanques estivessem destruídas. Neste começo da batalha, os soviéticos se valeram de milícias de trabalhadores que não estivessem diretamente envolvidos na produção de guerra nas fábricas de Stalingrado que, mesmo sob pesado bombardeio, continuaram produzindo carros de combate e tanques que iam direto para a linha de frente.
Imagens da Colina Mamayev-Kurgan, um dos principais pontos de defesa russos no início dos combates e depois capturados pelos alemães. Mamayev-Kurgan eram um dos principais pontos de controle de Stalingrado pois, de seu topo, era possível ver toda a cidade. Servia como uma boa base de artilharia para os alemães até o fim dos combates.
No fim de agosto, o Grupo de Exércitos B havia finalmente atingido o rio Volga, ao norte de Stalingrado, seguido de outro avanço pelo rio até o sul da cidade. No começo de setembro, os soviéticos podiam apenas reforçar suas tropas dentro da cidade por perigosos caminhos ao longo do Volga, sob constante bombardeio aéreo e de artilharia terrestre alemã.
Artilharia Alemã de 105mm dando salvas de tiros nas posições soviéticas em Stalingrado, 1942
Observador alemão na linha de frente, passando as coordenadas das tropas russas para a Artilharia na retaguarda. Stalingrado, 1942
Na cidade em ruínas, dois exércitos russos estabeleceram suas linhas de defesa entre casas e fábricas destruídas, numa luta dura e desesperada. A expectativa de vida de praças recém-chegados à batalha era de menos de 24 horas e a dos oficiais, três dias. Em 27 de julho, Josef Stalin havia baixado a Ordem Nº 227, decretando que todos os comandantes locais que aprovassem uma retirada não-autorizada em sua área devessem ser levados imediatamente a um tribunal militar. O slogan soviético era: "Nenhum passo para trás!". Isto fez com que o avanço alemão para dentro de Stalingrado lhes custasse pesadas baixas.
Selo postal soviético ilustrando a Ordem Nº 227. Na frase de cima lemos, em russo, "Nenhum Passo para Trás!".
Durante todo o Outono de 1942, o 6º Exército Alemão se engalfinhou em uma luta sangrenta, quase corpo-a-corpo, contra os soviéticos em Stalingrado, transformada em uma pilha gigantesca de escombros, intitulado pelos próprios alemães de Rattenkrieg, ou "Guerra de Ratos". Cada escombro, cada prédio e casa destruída era um campo de batalha. Essa luta urbana acirrada era um verdadeiro pesadelo para os estrategistas alemães, que ainda tentavam idealizar uma Blitzkrieg na Operação Azul.
Soldados russos tentam avançar sobre as posições alemãs nas cercanias de Stalingrado, entre Setembro e Outubro de 1942. O foco dos ataques sempre foi a Colina Mamayev - Kurgan, um dos principais pontos-chave da cidade.
Mesmo com a vantagem aérea e a superioridade móvel, a cada passo que os alemães davam Stalingrado a dentro, a resistência russa se tornava ainda mais feroz. Os Panzers alemães estavam sofrendo em avançar entre as ruas cheias de escombros.Esse tipo de guerra urbana não era o melhor tipo de embate para tanques, pois estes ficavam "presos" em espaços sem muita manobrabilidade, o que os transformavam em alvos fáceis para sapadores inimigos e canhões e fuzis anti-tanque, que a infantaria carregava. Essa situação estática era uma faca de dois gumes, pois inviabilizava o avanço dos blindados russos também.
Tanques alemães capturados em Stalingrado, em Fevereiro de 1943, todos danificados. Eles seriam usados como sucata pela indústria soviética.
Enquanto a luta se tornava ainda mais acirrada, Hitler se convencia que seria em Stalingrado que o destino de todo seu avanço militar no Leste seria decidido. Estava tão obcecado em tomar a cidade que ele ordenou que Paulus se esforçasse mais para tomar a cidade por completo, mesmo que isso significasse que seus soldados lutariam até seu último suspiro.
Soldado alemão lutando nos escombros da Fábrica Outubro Vermelho, um dos principais pontos de resistência russas na cidade. Ele está armado com uma arma do inimigo, uma PPSh-41.
A luta estava tão acirrada que os líderes alemães na cidade perceberam que eles precisariam de um dia inteiro e inúmeras baixas para avançar apenas 200 metros cidade adentro. E mesmo assim, pensando que esses 200 metros estavam "dominados", na manhã seguinte sempre ocorria de ainda haver russos escondidos nos prédios. Agora, cada quarto, sala e andar dos prédios de Stalingrado era um campo de batalha, em que os alemães tinham de dominar antes de avançar.
Não importava que os alemães, em Novembro, tenham dominado quase 80% da cidade, os russos continuavam a resistir. Para os alemães, dois meses de luta apenas para conquistar uma pequena faixa de escombros de Stalingrado era uma grande propaganda negativa. Soldados soviéticos, que se encontravam cercados e isolados nos setores alemães resistiam até o último homem, e ao sul da cidade o Grande Silo de Grãos, ainda de pé, depois de vários bombardeios, era uma visão desafiadora para os alemães e inspiradora para os russos.
No setor Norte da cidade, os alemães seguiam para a zona fabril da cidade, principalmente contra as Fábricas Barricadas e Outubro Vermelho, que além de serem pontos de defesa russos ainda funcionavam, montando os novos tanques T-34. O avanço alemão foi, no início, eficaz, empurrando os russos para mais perto e mais perto das margens do Volga.
O setor norte estava quase caindo, parecia que os alemães, finalmente conquistariam as fábricas, que por 2 meses desde o início da invasão ainda eram controladas pelos soviéticos. Porém, reforços russos começaram a desembarcar nas margens do Volga. Esses novos soldados, elementos das divisões siberianas, chegaram bem a tempo para defender o setor norte e, até, fazer um pequeno contra-ataque contra as linhas alemãs, que não obteve um sucesso decisivo, apenas paralisou o avanço inimigo. Assim, com o inverno chegando e com os russos conseguindo enviar reforços pelo rio Volga, os alemães começaram a perceber que Stalingrado se tornaria seu túmulo.
As tropas do 6º Exército de Paulus estavam totalmente paralisadas, sem potência e sem homens o suficiente para montar outra ofensiva até as margens do Volga, e isso se agravou quando o Inverno de 1942 chegou. Paulus recebeu reforços, no início de Novembro, de engenheiros e sapadores. Esses soldados especialistas se movimentariam pelos túneis do esgoto da cidade, pelos porões, sótãos e túneis sob a cidade, mesma tática usada pelos russos até então.
Em 11 de Novembro, novamente os alemães atacaram, dando o máximo de si para conquistar a cidade antes do inverno chegar definitivamente. Porém os alemães fracassaram, pois os russos estavam escondidos em suas trincheiras, esperando os alemães entrarem mais e mais em seu território, pegando os alemães pela retaguarda do avanço e de surpresa.
Assim, com a chegada do inverno e com a estagnação do avanço alemão, a batalha de Stalingrado chegou a um empate sangrento. Tanto os alemães quanto os russos sabiam que a cidade não resistiria a outra ofensiva alemã, que já estava sendo planejada para depois do inverno de 1942-1943. Então os soviéticos montaram dois planos contra-ofensivos, as Operações Urano e Saturno.
Essas operações tinham o objetivo de atacar a parte mais vulnerável das forças do Eixo que se encontravam nas margens do Volga, o flanco esquerdo e direito do 6º Exército de Paulus, principalmente o flanco esquerdo onde se encontravam as tropas romenas e italianas, mais propícias a recuar frente a uma carga feroz dos tanques soviéticos.
Os alemães sofreram o contra ataque fatal dos russos. Em fins de novembro de 1942, o 6º Exército estava completamente cercado, sem rotas terrestres de suprimentos e reforços, presos dentro de uma cidade completamente destruída que não os abrigaria decentemente do rigoroso inverno russo. Hitler declarou que Paulus e sua "Fortaleza Stalingrado" deveriam resistir até o último homem, ou até serem liberados pelas tropas alemães de resgate.
Sem equipamentos para enfrentar o inverno, sem comida, água, medicamentos e munição, os alemães pouco podiam fazer se não resistir com o pouco que tinham contra o avanço russo, que pouco a pouco os espremiam dentro da própria Stalingrado. O suporte aéreo sessou, devido ao avanço da Operação Urano e Saturno, que separou significativamente o 6º Exército de qualquer outra tropa alemã por mais de 100 km.
Os suprimentos aéreos eram escassos, e logo sessaram de chegar, já que os russos fizeram um "corredor" de artilharias anti-aéreas, que dificultava os sobre-voos até Stalingrado e tropas russas conquistaram a pista de pouso alemã.
O destino alemão estava selado. Aos poucos eles foram perdendo terreno dentro da cidade e as tentativas de liberação do 6º Exército não surtiram efeito. Stalingrado é considerados por muitos historiadores militares como a batalha decisiva na Frente Oriental. Ela humilhou o quye antes se pensava ser invencível. Todo um exército alemã fora destruído e capturado pelos soviéticos em Fevereiro de 1943.
O jornal de guerra soviético da época, a Estrela Vermelha, citou a derrocada alemã em Stalingrado:
"O que foi destruído em Stalingrado foi a flor da Wehrmacht alemã. Hitler tinha um orgulho especial do 6º Exército e de sua grande força destruidora. Sob o comando de von Reichmann, foi o primeiro a invadir a Bélgica; Ele entrou em Paris. Participou da invasão à Iugoslávia e à Grécia. [...] tinha ocupado a Tchecoslováquia. Em 1942, ele avançou da Carcóvia até Stalingrado, seu túmulo" (Jornal Estrela Vermelha, 1943)
Stalingrado foi, definitivamente, uma das maiores vitórias russas na Segunda Guerra Mundial e foi o começo do fim do sonho alemão de conquistar a União Soviética. Também é considerada uma das batalhas mais sangrentas da História Militar Mundial, e com essa vitória, o exército russo se encheria de moral e orgulho, que os levariam até os portões de Berlim, em 1945.
Não importava que os alemães, em Novembro, tenham dominado quase 80% da cidade, os russos continuavam a resistir. Para os alemães, dois meses de luta apenas para conquistar uma pequena faixa de escombros de Stalingrado era uma grande propaganda negativa. Soldados soviéticos, que se encontravam cercados e isolados nos setores alemães resistiam até o último homem, e ao sul da cidade o Grande Silo de Grãos, ainda de pé, depois de vários bombardeios, era uma visão desafiadora para os alemães e inspiradora para os russos.
Visão aérea do setor Sul de Stalingrado, 1942.
O grande Silo de Grãos de Stalingrado, ainda era um ponto de resistência que os Alemães não tinham dominado.
No setor Norte da cidade, os alemães seguiam para a zona fabril da cidade, principalmente contra as Fábricas Barricadas e Outubro Vermelho, que além de serem pontos de defesa russos ainda funcionavam, montando os novos tanques T-34. O avanço alemão foi, no início, eficaz, empurrando os russos para mais perto e mais perto das margens do Volga.
Vista aérea do setor Norte de Stalingrado, o setor das fábricas Barricadas e Outubro Vermelho. Ambas se encontram no centro da foto
Soldados russos defendem a Fábrica Outubro Vermelho durante o Inverno de 1942-1943
Soldados alemães dentro do terreno das fábricas soviéticas, se protegem atrás de toras de madeira e escombros.
Soldados alemães se preparando para avançar pelo setor Norte, invadindo as fábricas soviéticas, que ainda funcionavam.
O setor norte estava quase caindo, parecia que os alemães, finalmente conquistariam as fábricas, que por 2 meses desde o início da invasão ainda eram controladas pelos soviéticos. Porém, reforços russos começaram a desembarcar nas margens do Volga. Esses novos soldados, elementos das divisões siberianas, chegaram bem a tempo para defender o setor norte e, até, fazer um pequeno contra-ataque contra as linhas alemãs, que não obteve um sucesso decisivo, apenas paralisou o avanço inimigo. Assim, com o inverno chegando e com os russos conseguindo enviar reforços pelo rio Volga, os alemães começaram a perceber que Stalingrado se tornaria seu túmulo.
Soldado alemão, armado com uma PPSh-41 russa, observa o campo de batalha e os escombros de Stalingrado, no setor Norte.
As tropas do 6º Exército de Paulus estavam totalmente paralisadas, sem potência e sem homens o suficiente para montar outra ofensiva até as margens do Volga, e isso se agravou quando o Inverno de 1942 chegou. Paulus recebeu reforços, no início de Novembro, de engenheiros e sapadores. Esses soldados especialistas se movimentariam pelos túneis do esgoto da cidade, pelos porões, sótãos e túneis sob a cidade, mesma tática usada pelos russos até então.
Em 11 de Novembro, novamente os alemães atacaram, dando o máximo de si para conquistar a cidade antes do inverno chegar definitivamente. Porém os alemães fracassaram, pois os russos estavam escondidos em suas trincheiras, esperando os alemães entrarem mais e mais em seu território, pegando os alemães pela retaguarda do avanço e de surpresa.
Assim, com a chegada do inverno e com a estagnação do avanço alemão, a batalha de Stalingrado chegou a um empate sangrento. Tanto os alemães quanto os russos sabiam que a cidade não resistiria a outra ofensiva alemã, que já estava sendo planejada para depois do inverno de 1942-1943. Então os soviéticos montaram dois planos contra-ofensivos, as Operações Urano e Saturno.
Essas operações tinham o objetivo de atacar a parte mais vulnerável das forças do Eixo que se encontravam nas margens do Volga, o flanco esquerdo e direito do 6º Exército de Paulus, principalmente o flanco esquerdo onde se encontravam as tropas romenas e italianas, mais propícias a recuar frente a uma carga feroz dos tanques soviéticos.
Mapa da Operação Urano, mostrando por onde seriam os eixos de avanço da contra-ofensiva soviética.
Os alemães sofreram o contra ataque fatal dos russos. Em fins de novembro de 1942, o 6º Exército estava completamente cercado, sem rotas terrestres de suprimentos e reforços, presos dentro de uma cidade completamente destruída que não os abrigaria decentemente do rigoroso inverno russo. Hitler declarou que Paulus e sua "Fortaleza Stalingrado" deveriam resistir até o último homem, ou até serem liberados pelas tropas alemães de resgate.
Soldados alemães nos escombros de Stalingrado. O moral cada vez mais baixo é visível no rosto deles
Sem equipamentos para enfrentar o inverno, sem comida, água, medicamentos e munição, os alemães pouco podiam fazer se não resistir com o pouco que tinham contra o avanço russo, que pouco a pouco os espremiam dentro da própria Stalingrado. O suporte aéreo sessou, devido ao avanço da Operação Urano e Saturno, que separou significativamente o 6º Exército de qualquer outra tropa alemã por mais de 100 km.
Os suprimentos aéreos eram escassos, e logo sessaram de chegar, já que os russos fizeram um "corredor" de artilharias anti-aéreas, que dificultava os sobre-voos até Stalingrado e tropas russas conquistaram a pista de pouso alemã.
Soldados alemães tentando manter o campo de pouso de Stalingrado funcional.
O destino alemão estava selado. Aos poucos eles foram perdendo terreno dentro da cidade e as tentativas de liberação do 6º Exército não surtiram efeito. Stalingrado é considerados por muitos historiadores militares como a batalha decisiva na Frente Oriental. Ela humilhou o quye antes se pensava ser invencível. Todo um exército alemã fora destruído e capturado pelos soviéticos em Fevereiro de 1943.
O jornal de guerra soviético da época, a Estrela Vermelha, citou a derrocada alemã em Stalingrado:
"O que foi destruído em Stalingrado foi a flor da Wehrmacht alemã. Hitler tinha um orgulho especial do 6º Exército e de sua grande força destruidora. Sob o comando de von Reichmann, foi o primeiro a invadir a Bélgica; Ele entrou em Paris. Participou da invasão à Iugoslávia e à Grécia. [...] tinha ocupado a Tchecoslováquia. Em 1942, ele avançou da Carcóvia até Stalingrado, seu túmulo" (Jornal Estrela Vermelha, 1943)
A batalha foi um verdadeiro banho de sangue. Foram contabilizados, em Fevereiro de 1943, contando com as perdas do 6º Exército e suas unidades de apoio, 850 mil mortos, feridos ou desaparecidos do lado alemão, incluindo os 91 mil capturados ao final da batalha. Do lado russo, mais de 1 milhão de civis e soldados mortos durante a campanha de Stalingrado. Dos 91 mil alemães capturados, somente 6 mil sobreviveram aos terríveis campos de prisioneiros russos na Sibéria, e conseguiram voltar para a Alemanha, em 1955.
Soldado russo escolta um prisioneiro alemão da Batalha de Stalingrado.
Stalingrado foi, definitivamente, uma das maiores vitórias russas na Segunda Guerra Mundial e foi o começo do fim do sonho alemão de conquistar a União Soviética. Também é considerada uma das batalhas mais sangrentas da História Militar Mundial, e com essa vitória, o exército russo se encheria de moral e orgulho, que os levariam até os portões de Berlim, em 1945.
Soldado russo comemora a vitória em Stalingrado
Fontes:
BEEVOR, Antony. Stalingrado - O Cerco Fatal. Ed. Record, 1998.
BEEVOR, Antony. Stalingrado - O Cerco Fatal. Ed. Record, 1998.
CAWTHORNE, Nigel. As Maiores Batalhas da História. Ed. M. Books, 2010.
GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras - Conflitos Mundiais através dos Tempos. Ed. M.Books, 2000.
LOSADA, Juan Carlos e JURADO, Carlos Caballero. 1942-1943 - Stalingrado Detém Avanço Nazista no Leste. Coleção 70º Aniversário da Segunda Guerra Mundial. Vol. 17, Ed. Abril, 2009.
JORDAN, David e WIEST, Andrew. Atlas Segunda Guerra Mundial - Todos os lados em Combate. Ed. Livros Escala, 2008.
Vídeos sobre o tema:
Trailer do filme russo "Stalingrad", de 2013
Trailer do filme "Círculo de Fogo" (Enemy at the Gates), de 2001.
Trailer do filme alemão "Stalingrad", de 1993.
Coleção Battlefield, Vol. 9 - A Batalha de Stalingrado (completo e com legenda em português)
Coleção Generais em Guerra, da National Geographic - Vol. 4 - A Batalha de Stalingrado (completo e dublado)
Matheus Santos da Silveira
Professor de História formado pela PUCPR
Especialista em História Contemporânea e Relações Internacionais
Especialista em História Contemporânea e Relações Internacionais
Muito bom,
ResponderExcluirGostei muito do artigo!
Parabéns. Grande trabalho ein!
ResponderExcluirmuito bom
ResponderExcluirA ideia do artigo até é boa, mas em vários momentos ele parece mais destinado a detratar os soviéticos do que contar a história. E sendo comunista ou anti- me parece que parte da história da segunda guerra foi decidida aí, não?! E que se não fosse a resistência tenaz dos soviéticos, era capaz dos nazistas terem vencido a guerra. Acho que já deu de propaganda ocidental... de todas as fontes do texto, aliás, não tenha uma que conte a história do ponto de vista dos soviéticos. Fica a observação!
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